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Dor da perda

 Espero que entenda o que eu quero dizer nessas linhas mal traçadas. É que dói muito não ter tido a chance de mudar o que aconteceu. Vem o vazio, a solidão, o medo e a perda. Perde-se não só o que era importante, como tudo aquilo que poderia nos proporcionar. Vem consigo, o aperto no peito e mesmo sem perceber, lágrimas já rolam soltas no rosto, molhando e nos fazendo perceber como é ruim perder alguém.

 Dessa vez, não quero nada demais. Só quero deixar claro que mesmo sem conhecer, eu já o amava. No dia 22 de março de 2013 perdi uma parte de um futuro que nem chegou a existir. Perdi meu afilhado para os céus. Perdi todos os sorrisos, as risadas, as palavras, os sussurros, os beijos, abraços, carinhos, afagos, todas as emoções que ele (e apenas ele) poderia me dar. Perdi ele me chamando de "dindinha", e até mesmo aprendendo a falar. Perdi os primeiros passos que ele iria dar. Perdi as noites que ele iria brincar comigo para os pais dele passear. Perdi um anjo que poderia me bagunçar, me misturar, fazer um mix de cansaço e alegria.

 Não quero que sintam dó, mas sei que todos já passaram por algo assim. Perder alguém... Perdi o Edu, o Duti, o Dudu, o príncipe, o escambau a quatro que nem interessa mais. Eu simplesmente o perdi. Ele simplesmente se foi. Virou anjo e foi bater asas em outro lugar. Nunca vou saber se parece com a mãe ou com o pai, e nem vou poder falar que alguma coisa ele puxou de mim. Nunca é nunca, never again. E o pior de tudo é não ter tido a chance de mudar tudo isso, não ter a chance de ajudar. Eu não pude fazer nada.

 Vou chorar por ele e lembrar todos os outros choros pelo mesmo motivo, pela mesma dor. Vou ser só coração por que nem sem mais onde meus corpo e alma se encontram. Para quem pensa que tudo isso é bobagem, que nem venham dar uma de engraçadinhos aqui. Eu sofro muito por perdas. Eu choro, sinto, penso, não durmo, e ainda tenho que lidar com outras pessoas falando que assim foi melhor. Me desculpem os que dizem isso, mas melhor seria ele estar BEM do meu lado. Eu sei que ele foi embora, por que Deus quis, mas não me peçam para achar que é justo. Justo mesmo era ele ser saudável, ter nascido bem, e ficado aqui. Comigo...



 Ao meu amigo Deivison Larcerda, todo o meu carinho, o meu apoio e o mais eu puder ser útil. Obrigada por esses últimos meses que me fez flutuar com a esperança de ser uma boa madrinha, e por me escolher entre tantas para cumprir esse papel. 




 Eduardo 

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