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Um relicário e nós dois


 O dia está cinzento e o chão está ensopado após uma noite de chuva forte. Hoje pela manhã não se ouvia o canto dos pássaros, não sentia o beijo de bom dia, não respirava o cheiro seu. Quero o meio dessa história, quero a certeza do amor, quero habitar nos seus pensamentos e ter meu rosto morando na sua memória. Pensamentos matinais com gosto de "the end" sem o felizes para sempre.
 Estou entre o início e o fim de nós, procurando ficar longe dos dois. 
 Ainda estou deitada, no que um dia foi a nossa cama, segurando bem na palma de uma das mãos, um relicário e um amor. Uma hora dessas e eu nem sei onde você está. Se está em um bar bebendo e beijando outra ou se está na casa dos seus pais segurando nós dois. Entre o início e o fim, prefiro o meio da história, da nossa história.
 Eu me lembro de todas as coisas que você disse, que ficam rondando a minha cabeça, mas agora eu só quero você aqui. Vem pra bem perto de mim, vem! Me dá o seu amor, vem! Vem me acalentar e me deixar sentir segura outra vez...
 Apenas mais uma respiração sua na minha nuca, um sussurro, um abraço que faz com que eu sinta o seu calor, um beijo, um sorriso, uma unidade de cada no mínimo ou um adeus. Esse pode ser único...
 Hoje só me resta um relicário e duas fotos, uma sua, uma nossa. Um amor. 
 Simples e complicado assim. Te perder e não ter de volta.
 Sabe quando todas as peças do quebra cabeças se embaralham depois de você ter um trabalhão pra montá-lo e você não sabe se recomeça o mesmo ou compra outro? Então... Fico batendo na mesma tecla quando se trata de nós. Por que meu amor, um relicário e um sentimento simples e complexo, nunca te prenderam a mim.

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