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Depois do fim...



 Dizem que a gente começa a entender a vida, quando encontra o amor, mas não qualquer amor, o verdadeiro. Eu sempre resisti muito a essas coisas românticas, melosas e todos os clichês. Nunca fui muito de me entregar demais aos meus relacionamentos, sempre fui me esquivando, passando pelas beiradas, aproveitando o que estava dando certo, mas já esperando o que eu sempre achei previsível: o fim!

 Já passei por dois términos que foram os mais dolorosos, pelos quais até hoje me recordo bem o que senti. O primeiro deles foi há cerca de quatro anos. Acho que o fim só bateu a nossa porta por que ele teve que se mudar para São Paulo. Até hoje eu penso que se ele não tivesse ido embora, a gente talvez ainda estivesse junto. Crescemos unidos, fomos melhores amigos, piores inimigos, rivais em jogos, fieis a segredos um do outro e principalmente, éramos leais um ao outro.

 Algumas coisas se tornaram empecilhos para mim, como por exemplo, ele ser um garoto bonito, do tipo “muita areia pro meu caminhãozinho” e estar longe. Não que eu não confiasse nele, mas insegurança é insegurança. Fora o fato de sempre sofrer quando ele se despedir depois das suas visitas quinzenais, e ficar ansiosa esperando a próxima vez que o veria. Teve um dia que cansei de sofrer por antecipação e por remorso e quis dar um basta. Doeu, mas me faz bem, me mostrou que apesar da atitude radical que eu estava tomando, eu já tinha maturidade o bastante para discernir o que era bom e o que era ruim pra mim. Lágrimas rolaram, o tempo passou, e hoje a única coisa que eu sinto é saudade, dos tempos de cumplicidade e das vezes que ele descrevia cada expressão minha pelo olhar. Ele conheceu todos os meus sorrisos, dos mais inocentes da época de menina até os mais inteligentes, bem relacionado às situações.

 O segundo para mim foi ainda mais complicado. Foi contra a minha vontade, por erros que não foram cometidos integralmente por mim e por questões questionáveis. Nada estava como queríamos, porém havia um sentimento bonito e incondicional, que era maior que o que estava terminando.

 Conversamos a noite, num dia chuvoso. Chorei durante boa parte da noite até conseguir pegar no sono. No outro dia havia mal humor, rancor, tristeza e tudo mais.  Todos me perguntavam o que tinha acontecido, e até eu mesma queria saber. Foi sem motivos drásticos, quase nenhum. Reatamos e há pouco mais de um ano terminamos outra vez. E sabe o que é pior? É que eu sinto falta de alguém que acho que nem existe mais. Eu nem o conheço mais. Parece clichê (e é), mas a gente só dá valor quando perde, e isso aconteceu com ele. Eu fazia tudo por aquele cara, morreria por ele e bom, dele eu nunca tinha certeza de nada. Nunca soube se ele me amou como disse que amava. E só quando eu despertei e vi o quanto estava me machucando que ele tentou ser alguém melhor, mas já era tarde. Eu já não o via com os mesmos olhos, sabia que o amava (profundamente) mas não estava mais apaixonada por ele. Foi como se tivessem arrancado uma parte de mim, mas ao mesmo tempo, tivessem devolvido uma parte que foi roubada. Redescobri coisas que eu tinha deixado pegar pó, de tão inutilizadas, de tão pouco aproveitadas.

 Falou, falou, falou, mas o que quis dizer com tudo isso? Bom, a principio que a gente aprende e cresce com tudo isso. Hoje eu estou muito mais focada nas minhas coisas, sem deixar que namoro interfira. Consigo administrar os dois, sem um prejudicar o outro. Depois que não existe final feliz no mundo real. A gente sofre, se machuca, dói, sangra e depois cicatriza e estamos prontos para outra. O passado é importante, deve ser lembrado, mas ele não deve jamais querer fazer parte do presente. O que ficou pra trás a gente guarda, mas o que vivemos agora que importa. Eu já tive dois relacionamentos meio complicados, onde eu passava mais tempo tentando ser perfeita e no fundo, não adiantou em nada. Hoje eu sou bem mais eu. Estou namorando um cara incrível que me dá total liberdade de ser quem eu quero ser. O meu primeiro grande amor é pai agora, é um amigo, ainda vive em mim, tanto em boas recordações quanto surpresas. O meu segundo amor é um (des)conhecido, que mora aqui pertinho mais não olha na minha cara. Sabe-se-lá-o-porque... Mas enfim, quando é pra ser, vai ser. Pode esperar, pode sentar para não cansar. Por que o amor de verdade demora, pra gente aprender primeiro a amar direito para depois ser amado por inteiro. É como um teste de escola. Você estuda, se sai bem um dia, no outro vai mal, mas no fim das contas você aprende. Na marra. No suor. Na garra! Não tenha pressa não meu bem. Por que no final, tudo se ajeita...


1 Opiniões:

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