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Turrona


Querido diário, andei refletindo hoje sobre esse tal de amor. Cheguei a conclusão de que tudo sei e nada sei. Já amei algumas vezes, e descobri que sou bem mais sentimental quando estou sozinha. Acho que tenho medo de sentir demais e sinto muito, mas sou frágil para me entregar. Também reparei que só sei falar de amor, quando não sinto nada por ninguém. Sei lá, acho que quando a gente ama, não conseguimos descrever tudo aquilo que sentimos e depois que passa sabemos exatamente do que sentimos falta, nisso descobrimos o que é o amor. Estou poetizando um pouco, mas é que tenho andado confusa. Terminei o meu último namoro há meses e até hoje não consegui gostar de ninguém, nem me interessar e manter isso por mais de uma semana. Eu sempre soube que enjôo fácil das pessoas, mas por que será que os homens tem me deixado tão entediada? Parece que só por que desisti de encontrar meu príncipe encantado, todos resolveram tentar me tirar da torre. Sai pra lá rapaz, eu quero ser livre. Preciso ser feliz sozinha, dá licença por favor?

 Sabe, sinto falta de ter alguém. Mas sou egoísta o bastante para querer dividir meu tempo agora. Porém sinto falta daquele pouco de carinho que só quem gosta de verdade de você faz. Tipo deslizar a mão delicadamente pelo seu rosto, te olhando nos olhos, como se dissesse que aquele lugar é o único que ele queria estar. Ou até mesmo, aquele beijo que deixa na boca um gosto de quero mais. Aquele roçar da barba no seu pescoço, que quase implora para virar seu brinquedinho naquela hora. Aqueles pequenos momentos de prazer, não necessariamente na cama, mas por estar junto. Isso eu só sinto quando estou amando. Acho que por isso sinto falta. Não consigo gostar de mais ninguém que não seja eu mesma. Mesmo quando não tiro alguém na cabeça, meu poder de sedução é tão fraco e ingenuidade tão forte, que nunca sei quando dá resultado. A não ser quando está tatuado na testa, mas até chegar nesse ponto, minha mente já ficou uma zona.

 Vira e mexe tenho pequenas paixões, mas meu passado é tão ingrato que sempre volta a dar as caras e me assombrar. Ex amores quando voltam a querer fazer parte da sua vida, dão a sensação de que todo ponto final espichou o rabinho e virou uma vírgula. Eu não tenho saco para isso. Literalmente falando, tenho muita preguiça das pessoas. Tem as que falam demais, as que pensam demais, as que ouvem demais e as que observam demais e no fundo, essas últimas são as que eu mais gosto. Tenho mania de tentar analisar as pessoas, então qualquer debate sobre como alguém é escorregadio, egocêntrico ou vazio, me rendem vários pensamentos, que talvez não sejam tão saudáveis. Sou muito seletiva diário, só fica na minha vida quem que quero dar a mão. Se for pra não ser nada mais que um peso na minha pequena mala, prefiro deixar juntar poeira na prateleira.

 Sou meio fria, meio ranzinza talvez. Cabeça dura, debochada e as vezes até sarcástica e irônica demais, isso tudo nesse misto de mulher e menina, meiga e turrona. Ouvi um ex grande amor dizer que meu orgulho era um charme. Talvez por isso eu ainda o ame. Não pra me envolver emocionalmente com ele, acho que o meu racional não deixaria, mas cada dia que passei ao lado dele foi incrível. É bom ser grata as pessoas que mudaram sua vida. No mais diário, eu não sei bem qual é o meu problema. Por que cargas d'água só consigo achar tudo boring? Enfim, vamos deixar isso fica pra outro dia...


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