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Fins dolorosos



 Dizem que a gente começa a entender a vida, quando encontra o amor, mas não qualquer amor, o verdadeiro. Eu sempre resisti muito a essas coisas românticas, melosas e todos os clichês. Nunca fui muito de me entregar demais aos meus relacionamentos, sempre fui me esquivando, passando pelas beiradas, aproveitando o que estava dando certo, mas já esperando o que eu sempre achei previsível: o fim!
 Já passei por dois términos que foram os mais dolorosos, pelos quais até hoje me culpo em parte, acho que se não fossem algumas atitudes um tanto quanto radicais minhas, talvez não tivesse chegado a esses pontos. O primeiro deles foi há cerca de três anos. Acho que o fim só bateu a nossa porta por que ele deve que se mudar para São Paulo. Até hoje eu penso que se ele não tivesse ido embora, a gente talvez ainda estivesse junto. Crescemos unidos, fomos melhores amigos, piores inimigos, rivais em jogos, fieis a segredos um do outro e principalmente, éramos leais um ao outro.
 Algumas coisas se tornaram empecilhos para mim, como por exemplo, ele ser um garoto bonito, do tipo “muita areia pro meu caminhãozinho” e estar longe. Não que eu não confiasse nele, mas insegurança é insegurança. Fora o fato de sempre sofrer quando ele se despedir depois das suas visitas quinzenais, e ficar ansiosa esperando a próxima vez que o veria. Teve um dia que cansei de sofrer por antecipação e por remorso e quis dar um basta. Doeu, mas me faz bem, me mostrou que apesar da atitude radical que eu estava tomando, eu já tinha maturidade o bastante para discernir o que era bom e o que era ruim pra mim. Lágrimas rolaram, o tempo passou, e hoje a única coisa que eu sinto agora é saudade, dos tempos de cumplicidade e das vezes que ele descrevia cada expressão minha pelo olhar. Ele conheceu todos os meus sorrisos, dos mais inocentes da época de menina até os mais inteligentes, bem relacionado às situações.
 O segundo para mim foi ainda mais complicado. Foi contra a minha vontade, por erros que não foram cometidos integralmente por mim e por questões questionáveis. Nada estava como queríamos, porém havia um sentimento bonito e incondicional, que era maior que o que estava terminando.
 Conversamos a noite, num dia chuvoso. Chorei durante boa parte da noite até conseguir pegar no sono. No outro dia havia mal humor, rancor, tristeza e tudo mais. O que tornou pior, diferentemente do primeiro, é que ele mora aqui pertinho.
 Ficamos separados por quatro semanas, que foram péssimas por sinal, até ele pedir pra voltar. Estamos juntos até hoje, porém, é muito fácil lembrar do que aconteceu. Aquele mês foi realmente muito doloroso. Eu o via sempre, e ele me reconquistava em casa gesto como se estivesse criando e renovando uma admiração que já existia só que com menos dor e menos sofrimento.

 Hoje é estranho lembrar dos dois fins. Primeiro: por que nenhum dos dois foi por que não houve sentimento. Segundo: por que nos dois relacionamentos o fim foi pra terminar uma era ruim. Continuo comprometida com o segundo caso, e o amando ainda mais, porém, acho que TIVEMOS que passar pelo recomeço pra sentir na pele o valor que um dia para o outro.


 O que eu quis dizer com tudo isso?

Que fins dolorosos sempre existem:
  • a morte de alguém especial;
  • o fim de um namoro de curto ou longo tempo;
  • uma amizade que se tornou uma inimizade...
 Enfim, sempre vamos ter que re-costurar nossos corações por que sem um remendo ele não vai dar conta. Os dois exemplos que dei foram términos de relacionamentos amorosos, mas não caberia por aqui ou você ficaria três dias lendo sobre todos os embaraçosos rompimentos que já passei. O importante nessa história é que outras pessoas surgem, outros laços, outros caminhos e a gente sempre está se reerguendo. Tenha fé e faça o que o seu coração mandar, no fundo a razão é a menos certa em tudo isso ok!? Se cuida!



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