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A última carta para você

 "Ei, eu prometo que vai ser a última carta que te envio. Faz exatos 365 dias que comecei a lhe escrever e nunca obtive resposta para nenhuma delas. Talvez você não leia, talvez pegue no correio e ao mesmo tempo rasgue e jogue fora ou talvez ela nem tenham chegado a você. Sei lá, não me importa mais o motivo, cheguei a me conformar com o fato que escrever para você é perda de tempo.

 Só queria poder compartilhar com você, como antes, tudo o que tem me acontecido. Nossa, como sinto sua falta... Você acredita que finalmente vou embarcar para Itália conhecer a família do meu avô? E que comprei meu boxer de F.R.I.E.N.D.S. que você sabe que é a minha série favorita! Também aumentei minha coleção de cd's comprando mais de John Mayer, Scracho e Tiago Iorc e até mesmo cheguei a abraça-lo no show que ele fez aqui na cidade! Nossa, é tanta coisa que queria te contar...

 Descobri uma banda muito boa, se der tempo e se estiver interessado procure escutar. O nome é meio complicado de pronunciar e eu nem sei se falo direito, mas eles são daqui de BH e são muito bons. Chamam-se Ledjembergs e por coincidência o vocalista é um conhecido meu. Espero que um dia você vá no show deles comigo...

 Ah, você não acredita. Há uns meses atrás li um livro muito bom que sei que você vai amar. Chama "Quarto" e a história é narrada por uma criança. Tem os errinhos de português e tudo, é fofo. Reli "Um dia" mais uma vez, e me apaixono por esse livro em todas elas. Vejo um pouco de nós na história, sabe-se lá por que... Acho que você é idiota como o Dexter e eu fria como a Emma. Brincadeira rs.

 Não sei muito mais o que falar, mas sei que tem muita coisa para ser dita. As palavras estão sumindo, as novidades parecem bobas demais para lhe contar, ainda mais assim, sem resposta. Nessa minha de sempre encher minhas malas de histórias sobre minhas viagens, as vezes invejo sua mochilinha e fico pensando em como seria bom guardar você como lembrança de uma viagem outra vez.

 Acho que apenas fui mais um amor de verão ou talvez, acaso de verão. Você foi mais que um momento apenas, você ficou em mim mesmo quando eu parti. Coloquei na minha escrivaninha a blusa "a la praiana" que você me deu e o chaveiro de violão que lhe tomei está junto a mim o tempo todo. Assim parei de sempre perder minhas chaves. Acredita nisso? 

 Depois do último luau eu voltei a compor. As letras ficam por minha conta e a música um amigo faz. Tem tantas e algumas falam de você. São as minhas prediletas. A nossa foto virou plano de fundo do computador; ficou um tempo mas a Natália (lembra dela?) trocou quando veio aqui, falou que fico me ferindo por alguém que nem lembra da minha existência. Espero que ela esteja errada...

 Bom, de qualquer forma, vou terminar essa carta dizendo o adeus mais doloroso que já disse na minha vida. Espero que seja muito feliz. Foi um prazer ter te conhecido.


Com carinho, um adeus,
Um abraço, um "se cuida" 
e um até quando a vida permitir

Aninha"


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