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Pequenos desabafos. Me perdoem!

 Já não é mais um ano tão novo assim. Já se foi o primeiro mês, o carnaval já acabou e já fiz mais um aniversário. Não estou a cada dia mais nova, nem mais sóbria. Ultimamente, meus pensamentos tem me embriagado tanto quanto shots de tequila numa balada qualquer ou doses de whisky que eu odeio. Não são devaneios doces como vinho, tão pouco fortes como vodka. Tem me ocorrido que ando deixando o tempo passar com medo de mais um porre ou porrada. Tenho apanhado demais daquela pela qual mais luto para ter: a vida. Já não sei o que mais importa para mim, se é mais uma noite regada de amigos ou menos agulhadas de soro na veia para tentar sobreviver. É isso que tenho medo, deixar de viver para apenas sobreviver. Eu quero o que de melhor eu possa ter nos meus últimos (sabe se lá quantos) tempos de vida.

 Eu tenho muito medo de morrer e nunca tinha me dado conta disso. Tenho medo de sair de mim e não ter deixado nada de bom para trás. Do que lembrarão? Da garota chorona que sempre que ouve alguém falar que ela não está sozinha se emociona? Quem lembra da Ana antes do diabetes mellitus tipo 1? Quem chegou a conhecer a garota viciada em chocolate, magrela e que só saia de casa com uma maquiagem pesada para tentar esconder tudo aquilo que ela não gostava? Quem lembra dessa garota com seus quinze anos, na escola nova e se libertando da casca tímida que a cobria?

 Tenho muitos medos. O maior deles é perder mais tempo. Não comecei a cursar a faculdade, o que deveria ter feito nos meus 17 ou 18 anos, mas não me importo de ter deixado os últimos anos assim. Eu não teria condições físicas ou psicológicas de o fazer. O que me chateia são as pessoas me cobrarem tanto um "crescimento" sem saber os motivos pelos quais estou encalhada na vida. Eu estou tentando buscar uma felicidade que mandam para longe. As pessoas tem essa mania chata de sempre tentar te colocar para baixo.

 Eu estava com medo de ser feliz e hoje tenho medo de virar um pó. Não quero mais ser a coitadinha. Quero tanto ficar de bem com  a vida, com meu eu, com possíveis novos amores. Quero tanto poder um tempo a mais para poder abraçar quem eu amo e dizer que não imagino como teria sido tal tempo sem essa pessoa comigo. Quero ser lembrada pelo que fiz não pelo que sofri. Quero elogios ao meu ser, não a minha luta. Quero uma vida menos maquiada, gente que ama mais, que sente mais, que se expressa mais! Quero mais da vida, mais de mim. Quero mais cerveja gelada sem ouvir alguém dizendo que diabéticos não deviam beber. Na boa, ninguém devia beber. Eu sou doente, mas ainda não morri. Ainda tenho histórias engraçadas para contar, várias vezes que meu pé fez par romântico com uma jaca. Quero ouvir menos, olhar mais. Quero trabalhar menos, escrever mais. Quero menos gente puxando o saco e mais gente se fazendo presente. Quero tudo, quero nada. Quero só ficar aqui, desabafando nesse bloguinho amado, quero menos palpite, então me deixa. Não me cobre, por que não sei ser meiga nesse estresse. Me leia e ai tudo certo. 

 Boa noite para quem é de boa noite e bom dia para quem é de bom dia. Bom estar de volta. Desculpem o desabafo. 



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